12 de junho de 2014
A gente é a soma das nossas decisões
Adultos sabem que nunca terão certeza absoluta de nada, e sabem também que só a morte física é definitiva. Já “morreram” diante de fracassos e frustrações, e voltaram pra vida. Ao entender que é normal morrer várias vezes numa única existência, perdemos o medo – e finalmente crescemos."
Trecho de Martha Medeiros, "O medo de errar"
10 de junho de 2014
Coríntios
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor."
4 de junho de 2014
De Pablo Neruda
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
17 de maio de 2014
15 de maio de 2014
What goes around comes around
Como toda bela desnaturada, volto pedindo desculpas para não-sei-o-quê (blog não é um ser) por ter abandonado esse espaço que já me foi tão acolhedor - e ainda é. As desculpas são aceitas, fui pela vontade e volto pelo coração. E voltei. Pela cabeça também, afinal estou aqui pois a minha não está das mais sãs e lúcidas. Desorganizada é a palavra: eu estou desorganizada. Desorganizada como seu quarto, após você passar 4 horas se arrumando para a noitada, jogar o guarda roupa inteiro na cama + maquiagens e afins, chegar de manhã, bêbada de sono/álcool/etc, jogar os sapatos em algum canto e se jogar (de roupa ainda) em algum lugar que você, ao acordar, não sabe como foi parar ali. Aí você acorda e vê tudo aquilo. Dá vontade de chorar, não há por onde começar a arrumação, você pensa em largar tudo e arranjar um quarto novo e arrumado, mesmo ele não sendo seu. E pra piorar tem a ressaca. É exatamente assim que está a minha cabeça. Tem como arranjar uma nova? Kd?
O que mais me surpreende ao passar por esse momento de pouquíssima sanidade é a falta que eu sinto em falar coisas banais e idiotas. Idiotas de legais, é importante frisar. Simples, divertidas. Como os assuntos que surgem numa tarde-sem-fazer-nada com a sua amiga do coração. Falar da série que você julgou 347 anos por ter segunda temporada porque o cara principal morreu e descobrir que na verdade ele tá vivo (!!!!!!!), do novo barraco da Bey e da incrível necessidade das suas amigas em ir para a I9 e te arrastar junto. Falo isso porque quando surgem momentos assim *confusos* tudo fica mais sério. As coisas ficam sérias. Os assuntos ficam sérios, sempre os mesmos, a ponto de eu me sentir cansativa falando e mais cansativa ainda por fazer outra pessoa ouvir. Sempre o mesmo do mesmo. Aliás, está tudo ficando muito sério e quanto mais eu tento sair dessa "zona seriedade e responsabilidade", mais eu entro nela. Responsabilidades vêm do nada, e ai-de-você se estiver despreparada. Tem que lidar, e lidar bem, pois lidar mal é sinal de fraqueza, imaturidade. Chega uma hora que você mesmo passa a querer seriedade: "tá na hora de ficar sério", "já tenho idade pra esse tipo de responsabilidade" (idade! o que é idade?). Passa a querer definições, rótulos, ocupar seu tempo, mais trabalho, mais dinheiro, mais independência, mais conhecimento, mais! Você é cobrado e se cobra, automaticamente. E quando você satura, pára e pensa, vem o seguinte: pra quê tudo isso, afinal?
Pra nada. Eu quero o que está faltando. Eu quero o simples. Depois de refletir sobre tudo isso, chego a conclusão de que a simplificação tem que partir de mim e as cobranças que eu mesma faço devem cessar e dar espaço ao tão desejado live high. É irônico, anseio tanto sua vinda, mas anseio traz ansiedade, e live high só tem espaço onde a ansiedade não tem vez. Tudo é muito irônico. Logo eu, olhe onde estou, olhe as minhas atitudes, olhe quem eu sou! Olhe. Pense. Agora pare, é o que eu estou dizendo. Pare de pensar, comece a sentir. Comece a sentir o que você precisa, o que você deseja. O que te impede de ter o que deseja? Você. Você é a distância entre o ponto que você está e o ponto que você quer chegar. (Ressalva: quando sua cabeça começa a falar em terceira pessoa com você mesmo, a coisa tá ficando séria. Relaxa!) Às vezes a nossa bagunça mental triplica os nossos problemas, e aquele problemão era só um probleminha que, com calma, seria resolvido. Relaxa e organiza.
Estar desorganizada me deixa ansiosa, mas a vontade de organizar, mesmo sem saber por onde começar, já me deixa mais tranquila. O meio de fazer isso acontecer é ter calma, relaxar a mente, entregar, aceitar, confiar e agradecer. Sorrir, sair, ver o Sol (here comes de the Sun!). O destino que eu quero, e que todo mundo deveria querer, na minha opinião, é o live high, e esse eu quero muito. Só falta o ponto de partida. Todos os problemas ficam pequenos diante de tudo isso e pensar em como é bom estar com a mente livre faz sorrir... imagine realmente estar assim, that's THE dream. Estar bem consigo mesmo é o melhor estado que se pode estar, o equilíbrio entre os quatro pilares: mente, a alma, o corpo e o coração. Adeus drama, venha tranquilidade. O único drama que eu to afim agora é das minhas séries, principalmente da segunda temporada de The Following (Joe, não me decepcione, não morra-de-mentira de novo).
É incrível como esse lugar faz bem. São 02h52 da manhã e eu tô leve, sem cansaço - corporal e mental. Isso é a mente transbordando pelas teclas? É. Finalizo então o meu retorno à válvula de escape, citando a minha imensa felicidade idiota em ter uma foto de perfil nova e com muitas curtidas no Facebook. Parece fútil, e é mesmo, mas eu to me sentindo... artística! com essa foto, como se ela expressasse exatamente o momento que eu to agora, como se ela expressasse meu interior, o espontâneo, o quando-ninguém tá vendo. "Birds flying high / you know how I feel..." Ok, nem tanto, mas é assim que vai acabar, feeling good, living high, do jeito que tem que ser.
Xxxxxxxxxxx (beijos, pros desinformados)